Ao acordar, a esposa, grávida, diz para o marido:
- Benhê! Eu acordei com uma vontade de comer caranguejo... Mas não se preocupe. É só vontade de mulher grávida, logo passa.
- De jeito nenhum! Não vou deixar de atender a um desejo seu. Vou pegar o carro, ir até a praia e ver se compro uns bons caranguejos.
O cara troca de roupa, pega o carro e vai até a praia, procurar quem venda caranguejo. Chegando lá, vai a uma padaria próxima, comprar cigarro. E lá ele encontra com uma antiga namorada do colégio. Animados com o reencontro, os dois resolvem ir tomar uma cervejinha.
Os dois colocam as fofocas em dia e o cara percebe como a menina se tornou um mulherão. Uma cervejinha aqui, outra ali, sorrisos e beijos, no final da tarde os dois vão para o motel.
No domingo de manhã, o cara dá um pulo da cama e diz:
- Meu Deus! Os caranguejos!
Sai correndo do motel, deixando a moça lá, com a cabeça doendo das cervejas e peso na consciência.
- Eu sou um canalha, um cafajeste! Minha mulher grávida e eu a traindo com aquela vagabunda. Como vou explicar essa demora?
Pensa o cara, enquanto compra os caranguejos. Então decide:
- Vou contar tudo a ela. Não tem jeito. Eu tô perdido, vou contar.
Chegando no prédio, guarda o carro, tira o saco cheio de caranguejos e sobe pelo elevador, ainda pensando numa história, mas sem nada lhe vir à cabeça.
Ao sair do elevador ele tropeça, indo parar no chão com o saco e tudo. Na queda, o saco se abre e espalha caranguejo pra tudo quanto é canto do corredor. A esposa ouve o barulho e abre a porta do apartamento.
Agachado, o cara vai empurrando os caranguejos pra dentro de casa, dizendo:
- Vamos lá, minha gente! Vamos entrando! Demorou, mas chegamos...